Baixinha

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Sempre achei que sou baixinha, sempre mesmo. Meus amigos fazem questão de confirmar isso. Só Deus sabe quantas vezes já fiquei do lado de alguém para comparar altura. Eu tinha um amigo que sempre me levava pra casa, e quando estávamos esperando para atravessar a rua, ele fazia questão de me olhar e falar o quanto sou baixinha. Além disso, olhando de cima, claro. Não sou a mais baixa da turma, mas acho que tenho tendência a andar com pessoas mais altas que eu.
Meu pai é o mais baixo entre os irmãos e minha mãe é a mais alta entre as irmãs. Meus primos são muito mais altos que eu, meus amigos também. Sinto dor no pescoço para falar com eles, sempre olhando pra cima. Além disso, eu, que sou super fã de abraços, não posso abraçar a maioria das minhas amigas porque o peito delas fica na minha cara. Mesmo assim, minha família insiste em falar que eu tenho uma altura normal e que estou em fase de crescimento. Infelizmente, eu não acredito muito nisso.
Quando era pequena, parecia muito a Mônica, da Turma da Mônica. Baixinha, gorducha e dentuça, além de tudo isso, zangada. Com os garotos, sempre fui violenta. Tadinho daqueles que me encheram o saco, meus amigos conhecem meus momentos de fúria e parece até que vou levantar o coelho de pelúcia e arremessar para o outro lado da sala de aula. Sempre pude mudar a imagem de Mônica : começar a me exercitar e colocar aparelho nos dentes. O que me torna diferente é que eu simplesmente nunca quis isso.
Isso mesmo, adoro a silhueta arredondada do meu quadril na calça jeans, todas com bainha pra caber direitinho. Ainda calço 34 e acho fantástico! Não queria ter pé grande. Não queria crescer, mesmo sendo inevitável. Torço para não passar de 1,60. As outras baixinhas não entendem isso e dariam de tudo para voltar no tempo, para a fase de crescimento e fazer de tudo pra  mudar isso. Adoro parecer baixinha. Adoro olhar para cima para falar com as amigas. 
Se vocês ainda não entenderam, posso falar mais. Adoro ter a possibilidade grande de namorar alguém mais alto que eu, pois acho super fofo. Adoro ter pé pequeno. Além de tudo isso, a tal conjectura de crescer e ficar da altura da minha mãe chega a me assustar, e ela nem é tão alta assim. Adoro ser baixinha, e não estou falando por falar não. Amo mesmo! Uma das coisas que eu mais gosto é minha altura. Com 13 anos já fico torcendo : toda vez que chego perto de uma fita métrica, para não ter crescido nem mais um centímetro. 
Eu não posso usar vestido longo, com algumas poucas exceções. Pegar coisas na máquina de lavar é uma tortura. Meu quadril é largo e saias muito justas e marcadas não existem no meu armário. Minhas coxas ficam basicamente grudadas quando sento. Sou especialista em subir no banquinho pra pegar coisas na cozinha. Em banco de bar, meu pé parece ficar super longe do chão. Escadas com degraus altos são minha ruína. Apesar de tudo isso, adoro a imagem de Mônica.
Gordinha, baixinha, dentuça... Cada um tem uma opinião diferente sobre isso. Com a minha idade, não posso prever muito bem minha futura altura, mas estou aceitando qualquer coisa ( algo que não faça meu pé crescer muito, por favor ) . Talvez vocês não entendam muito bem isso mas posso afirmar que essa loucura não é só minha. Já escrevi um texto sobre beleza, altura e meus pneuzinhos, mas agora, com toda certeza, conto minhas aventuras de baixinha para vocês. Para todas as Mônicas que leram, aproveitem sua altura, pois, vou contar um segredo :
Já pararam pra pensar quantas vezes as pessoas altas batem a cabeça nos armários? 

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